IPCA-15 de agosto sobe mais que o esperado.
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), que é uma prévia da inflação oficial do Brasil, aumentou mais do que se esperava em agosto, principalmente por causa dos custos da energia elétrica. A taxa de inflação nos últimos 12 meses voltou a passar de 4%.
Em agosto, o índice subiu 0,28%, após ficar quase sem mudanças por dois meses, com uma queda de 0,07% em julho e um aumento de 0,04% em junho. Esses números foram divulgados nesta sexta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Esse aumento foi bem maior do que o esperado, de acordo com uma pesquisa da Reuters que ouviu economistas e previa um aumento de 0,17%. Nos últimos 12 meses, o índice acumula um aumento de 4,24% até agosto, enquanto os analistas previam 4,13%.
Esse resultado coloca a inflação de volta acima de 4% pela primeira vez desde maio, ultrapassando a meta central de inflação para este ano, que é de 3,25%, com uma margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA. Isso indica que a inflação atingiu o nível mais baixo do ano, como se esperava.
O IBGE informou que os preços de sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram em agosto. A alta de 1,08% no grupo de habitação foi impulsionada principalmente pelo aumento de 4,59% na energia elétrica residencial, devido ao fim do bônus de Itaipu nas faturas emitidas no mês anterior. Além disso, a educação subiu 0,71% em agosto, com os cursos regulares aumentando 0,74%.
Já os transportes subiram 0,23%, impulsionados pelo aumento de 2,94% nos preços dos carros novos. Os combustíveis também tiveram um aumento de 0,46%, com a gasolina aumentando em 0,90% e o gás veicular em 1,88%. No entanto, houve quedas no óleo diesel (-0,81%) e no etanol (-2,55%).
Em agosto, a Petrobras anunciou um aumento nos preços dos combustíveis, o que deve impactar consideravelmente o índice IPCA do mês. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já indicou que o banco revisará suas previsões de inflação com base nesse novo dado, projetando um aumento de 0,40 ponto percentual no IPCA entre agosto e setembro.
Autor/Veículo: Folha de São Paulo e Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).