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27 / jul / 2021
Novo presidente da Petrobras reduz reajustes, mas diesel sobe 9% em 3 meses.

Novo presidente da Petrobras reduz reajustes, mas diesel sobe 9% em 3 meses.

Faz três meses que o general Joaquim Silva e Luna está na presidência da Petrobras, desde então, a companhia tornou menos frequentes os reajustes nos combustíveis. Entretanto, houve alta de 9,3% no preço médio do diesel, 7,2% no da gasolina comum e 8,2% no do gás de cozinha, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Depois do primeiro trimestre de Silva e Luna no comando, analistas dizem que o mercado financeiro se acalmou, vendo com bons olhos a gestão do general. Mas os caminhoneiros, base eleitoral do presidente, não convencem. Influenciados pela alta no preço, os motoristas consideram que a nova gestão é apenas "mais do mesmo".

Desde 19 de abril, quando Silva e Luna assumiu, quatro reajustes foram feitos pela Petrobras. Um deles, no final de abril, reduziu o preço da gasolina e do diesel em 2%. Em junho, a gasolina caiu mais 2%. Outra alteração, em julho, aumentou os valores em 6,3% para a gasolina, 3,7% para o diesel e 5,9% para o gás de cozinha. O gás natural, que é reajustado trimestralmente, subiu 7%. Mesmo assim, no caso do diesel, o valor cobrado nas bombas subiu de R$ 4,20 para R$ 4,59 entre a semana de 18 de abril e a de 11 de julho, segundo a ANP. No mesmo período, a gasolina comum foi de R$ 5,44 para R$ 5,83, e o gás de cozinha, de R$ 85,15 para R$ 92,17.

William Nozaki, coordenador técnico do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), ligado à FUP (Federação Única dos Petroleiros), afirma que as altas não estão relacionadas aos impostos estaduais, como afirmou Bolsonaro, já que os percentuais cobrados continuaram iguais. Segundo ele, os aumentos para o consumidor ocorrem mesmo sem os reajustes na Petrobras por causa dos outros elos da cadeia, que atuam de forma independente. Para o diesel, houve o agravante da volta da cobrança de PIS e Cofins em maio, o que adicionou R$ 0,31 ao preço.

"A Petrobras cobra pelo combustível na refinaria. Mas, até chegar ao consumidor, o preço ainda vai incorporar margens de lucros de distribuidoras e postos. Na prática, quando a Petrobras reajusta o preço, o consumidor sempre vai sentir o aumento. Mas distribuidores e revendedores nem sempre vão repassar eventuais reduções”, William Nozaki.

Em nota, a Fecombustíveis afirmou que os postos "não são culpados pelos preços dos combustíveis no Brasil". A entidade diz que o dólar, o preço do barril de petróleo no mercado internacional e a carga tributária "fazem com que o combustível no país seja caro". Ainda de acordo com a Fecombustíveis, os aumentos nas bombas ocorreram quando a Petrobras reajustou os preços nas refinarias e com as alterações quinzenais na base de cálculo do ICMS, imposto estadual que incide sobre combustíveis.

Autor/Veículo: Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).

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