Petrobras anuncia início da perfuração de poço na Bacia Potiguar em outubro.

A Petrobras anunciou no sábado (30) que dará início à perfuração de um poço na Bacia Potiguar no próximo mês, após receber aprovação do Ibama para realizar duas perfurações exploratórias na Margem Equatorial brasileira.

A petroleira já recebeu a Guia de Recolhimento do Ibama, um procedimento prévio à emissão da licença ambiental para perfurar os poços no bloco marítimo BM-POT-17, localizado em águas profundas na Bacia Potiguar. De acordo com a Petrobras, o primeiro poço será perfurado a 52 km da costa, após a conclusão dos procedimentos administrativos necessários para sua liberação.

A empresa explicou que o objetivo da pesquisa exploratória é obter mais informações geológicas da área, avaliando a viabilidade econômica e a extensão da descoberta de petróleo feita em 2013 no poço de Pitu. Vale ressaltar que, nesta fase, não há produção de petróleo. A Bacia Potiguar, que engloba partes dos Estados do Rio Grande do Norte e do Ceará, será palco deste avanço exploratório.

No entanto, esse movimento divide opiniões no governo, dado o grande potencial para descobertas de petróleo na região, mas também os enormes desafios socioambientais. Este desenvolvimento ocorre num momento em que o mundo está em busca de uma transição energética para uma economia de baixo carbono.

É importante notar que essa aprovação vem após o Ibama ter negado, em maio, a perfuração de um poço na Bacia da Foz do Rio Amazonas, no litoral do Amapá, alegando que a Petrobras não cumpriu os pré-requisitos. A Petrobras propôs melhorias no plano de exploração e apresentou recurso, aguardando resposta do Ibama, que não tem um prazo exato para dar seu parecer. A Petrobras afirmou ter cumprido todos os requisitos e procedimentos solicitados pelo Ibama para obtenção da licença ambiental.

Como parte dessa avaliação, a empresa realizou um simulado in loco, denominado Avaliação Pré-Operacional (APO), entre 18 e 20 de setembro. Nesse simulado, o Ibama avaliou a capacidade da Petrobras de responder a um evento acidental envolvendo vazamento de petróleo.

A APO envolveu mais de 1.000 pessoas, quatro aeronaves, cinco ambulâncias, 70 veículos terrestres e mais de 60 embarcações para simular ações de contenção e recolhimento de petróleo, proteção costeira, monitoramento, resgate e atendimento à fauna.

A Petrobras mobilizou mais de 80 profissionais, incluindo biólogos e veterinários, além de 300 agentes ambientais, para atuar no mar e nas praias, e nove embarcações dedicadas ao monitoramento e tratamento de animais, bem como unidades de recepção e estabilização de fauna ao longo das praias.

O projeto de avaliação da descoberta de Pitu, na Bacia Potiguar, está incluído no atual Plano Estratégico da Petrobras para o período de 2023 a 2027. A Petrobras tem planos de perfurar 16 poços exploratórios na Margem Equatorial nos próximos cinco anos, com um investimento previsto de cerca de 3 bilhões de dólares.

Descobertas recentes em regiões próximas, como Guiana e Suriname, indicam um significativo potencial de produção de petróleo para a região brasileira.

Autor/Veículo: Folha de S.Paulo e Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).