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26 / abr / 2022
Preços do petróleo recuam e marcam queda de quase 5% na semana.

Preços do petróleo recuam e marcam queda de quase 5% na semana.

O petróleo caiu nesta sexta-feira (22), registrando uma perda semanal de quase 5%, diante da perspectiva de crescimento global mais fraco, taxas de juros mais altas e lockdowns por Covid-19 na China prejudicando a demanda, mesmo com a União Europeia (UE) considerando uma proibição sobre a commodity russa que apertaria ainda mais a oferta.

O petróleo Brent fechou em queda de US$ 1,68, ou 1,6%, a US$ 106,65 o barril. O petróleo dos EUA (WTI) caiu US$ 1,72, ou 1,7%, para US$ 102,07.

O benchmark global Brent atingiu US$ 139 o barril no mês passado, a máxima desde 2008, mas ambos os benchmarks de petróleo caíram quase 5% nesta semana devido a preocupações com a demanda.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), que cortou sua previsão de crescimento econômico global, pode rebaixar ainda mais a perspectiva se os países ocidentais ampliarem suas sanções contra a Rússia pela guerra na Ucrânia, e os preços da energia subirem ainda mais, disse uma autoridade da agência.

“Neste estágio, os temores sobre o crescimento da China e o aperto excessivo do Fed, limitando o crescimento dos EUA, parecem estar equilibrando as preocupações de que a Europa em breve ampliará as sanções às importações de energia russas”, disse Jeffrey Halley, analista da corretora OANDA.

Enquanto isso, a gasolina no Brasil já é a terceira mais cara de uma lista de 29 países mais a zona do euro, após ajuste pelo poder de compra, de acordo com cálculos da Oxford Economics. Ainda assim, os preços domésticos podem ter de subir mais neste ano, se a Petrobras resolver trazê-los de volta à paridade com os preços internacionais, estima a consultoria Oxford Economics.

Marcos Casarin, economista-chefe para América Latina, e Felipe Camargo, economista-sênior para a região, calculam que o preço de um litro de gasolina comum equivale a 9% do salário médio diário no Brasil, empatando com o Paquistão e atrás apenas de Filipinas (19%) e Indonésia (13%).

Até 2016, lembram os economistas, o Brasil mantinha um regime de "flutuação suja" dos preços dos combustíveis, em que a Petrobras suavizava o repasse dos preços internacionais do petróleo ou da depreciação cambial aos consumidores finais, que, por sua vez, se beneficiavam de preços de combustível relativamente estáveis e previsíveis.

Desde outubro de 2016, com a nova política e que está vigente atualmente, os preços domésticos dos combustíveis podem flutuar quase livremente de acordo com as variações dos preços internacionais do petróleo e da taxa de câmbio. Desde então, o preço do litro de gasolina subiu 57% em termos reais, apontam os economistas.

"Como resultado, o combustível agora representa uma parcela maior dos orçamentos das famílias do que qualquer país comparável no mundo, exceto a Indonésia e as Filipinas", afirmam. "Os custos mais altos de combustível espremeram outros gastos, a ponto de o brasileiro médio agora gastar mais em transporte do que em alimentação ou aluguel."


Autor/Veículo: CNN Brasil, Valor Econômico e Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).

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